sábado, 17 de janeiro de 2009

Portugal


Saudações lusitanas!

Essa semana as temperaturas subiram por aqui, tivemos temperaturas em torno de 10 graus, já que, na última semana, as temperaturas ficaram em torno de 6 graus. Choveu pouco e o sol predominou. O clima está bem agradável.

Durante essa semana o Jornal da Record exibiu uma série sobre Portugal preparada pelo jornalista Mauro Tagliaferri, ex-Globo e agora correspondente da Record em Lisboa. A Record acabou adiantando-se a Globo que, também, deve fundar um escritório em Portugal e terá como correspondente o jornalista Pedro Bassan. A série abordou aspectos do cotidiano português, a culinária, os avanços tecnológicos, os brasileiros que vivem por cá, entre outros assuntos. Aliás, escrevo hoje, mas ainda amanhã (sábado) irá ao ar a última reportagem da série. E por falar do dia-a-dia em Portugal, peço a permissão para falar um pouco sobre alguns aspectos sócio-econômicos lusitanos. Afinal de contas, já estamos aqui há 9 meses e sinto-me a vontade para falar um pouco sobre esse assunto.

Começo por falar sobre um assunto que interessa-me muito, a tecnologia. E sobre isso o maior avanço, sem dúvida, foi divulgado em setembro. A notícia veio da Universidade Nova de Lisboa, onde a equipe de pesquisa do Centro de Investigação de Materiais produziu, pela primeira vez, transístores com uma camada de papel. Algo que abre um leque de opções para produção de equipamentos eletrônicos mais baratos e muito mais flexíveis. (http://www.unl.pt/nova/investigacao/noticias-inv/transistor-com-papel). Em desenvolvimento de software a empresa Critical Software, de Coimbra, é uma das mais conceituadas, com clientes como a NASA e a Agência Espacial Européia. (http://www.criticalsoftware.com/). Destaque também para o ônibus (por aqui, autocarro) sem motorista, guiado por sensores e totalmente computadorizado, desenvolvido pela Universidade de Coimbra, tendo inclusive protótipos em fase de testes. Na Universidade da Beira Interior (UBI), um aparelho inovador para medir a intensidade da dor, o Algígrafo, já despertou o interesse de vários países europeus. (http://tdias.wordpress.com/2008/12/26/aparelho-criado-na-ubi-regista-intensidade-da-dor/). Essas são algumas das várias conquistas do setor tecnológico em Portugal. A pesquisa acadêmica e na indústria é realmente levada a sério. Para se ter uma idéia, o programa Ciência2008 da Fundação para Ciência e Tecnologia tem uma meta que visa contratar 1000 doutores nas instituições científicas em Portugal, com salário anual de cerca de 44.500 euros.

Na área da saúde, na última quinta-feira, foi realizada uma cirurgia inédita em Portugal, no Hospital São João, aqui no Porto. Um implante de cartilagem das próprias células de um doente, para tratar um defeito na cartilagem de uma articulação. (http://saude.sapo.pt/artigos/noticias_actualidade/ver.html?id=908549). Na série exibida pelo Jornal da Record esse mesmo hospital foi tema de uma reportagem sobre o seu sistema de informação. Desde a consulta até o fornecimento do medicamento na farmácia do hospital o processo todo está informatizado, praticamente não há papéis. O Hospital São João é o hospital universitário da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. Aliás, a faculdade de Medicina da Universidade do Porto e da Universidade de Coimbra são as mais conceituadas por aqui. Aqui os cursos de medicina só existem nas universidades públicas.

Se falarmos em qualidade de vida, Portugal está entre os 20 países melhores para se viver. Portugal surge logo atraś da Holanda e França e ficando à frente de países como a Alemanha, EUA, Reino Unido, Bélgica e Espanha. Essa informação eu posso confirmar, pelo menos até agora, não tenho do que reclamar. Índices de violência baixíssimos, bons sistemas de educação e saúde, custo de vida baixo em comparação a outros países europeus, clima muito bom e pessoas muito amigáveis.

Em termos econômicos, Portugal, salvando as devidas proporções, apresenta um bom desempenho. A região de Lisboa, por exemplo, possui um PIB per capita superior a média da União Européia. Para se ter uma idéia, o crescimento econômico para o ano passado (2008) está previsto para 1,5 por cento. Parece pouco, mas é importante notar que, em meio a essa crise mundial, a União Européia deverá registrar um crescimento de 1,4 por cento e a Alemanha, uma das maiores potências, prevê um crescimento de 1,7 por cento. Portanto, não é assim tão ruim.

Bem, talvez uma das razões para Portugal apresentar aspectos tão positivos seja o seu interesse pela cultura e a informação. Foram vendidos 530 milhões de euros em livros no ano 2006, importaram-se 62 milhões de euros de livros no mesmo ano, editam-se em Portugal mais de 15 mil títulos por ano (41 livros por dia!). E esses números tem aumentado. Inclusive no final do ano, a notícia por aqui era que, um dos únicos setores que não apresentaram qualquer perda, em plena crise, foi justamente as livrarias. O livro, por aqui, ainda é um dos artigos mais procurados.

Um grande abraço e um ótimo final de semana.

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