segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Public Houses





Hello folks,

Hoje está um dia tipicamente de inverno, chuva e muito frio. Mas, como é segunda-feira, nada de ficar em casa curtindo, o jeito foi sair para trabalhar mesmo. Aliás, um dia perfeito para o trabalho.

Bem, durante as nossas viagens, sempre que saímos a noite ou mesmo durante o dia para conhecer um bar (Pub) nunca deixamos de nos surpreender. O Pub é um bar onde geralmente há shows de bandas musicais, muito comum na Inglaterra e Irlanda. Aliás o termo Pub vem do inglês Public House. Os Pubs são sempre ótimos lugares para descontrair, seja para tomar alguma coisa, comer algo se preferir, ouvir boa música ou mesmo dançar, enfim são lugares bastante agradáveis.

Sempre que viajamos procuramos não deixar de conhecer alguns Pubs, foi assim em Lisboa, Barcelona, Madrid, Vigo e Dublin. Esses lugares são bastante informais e descontraídos, isso faz uma grande diferença. A informalidade desses lugares faz com que as pessoas se sintam muito a vontade, no entanto apesar da informalidade, os ambientes são muito aconchegantes e requintados quando o assunto é a decoração. É quase impossível não encontrar em uma grande cidade a referência Irish Pub (Pub Irlandês). E, mesmo estando fora da Irlanda, a decoração segue os mesmos padrões dos "oficiais" Pubs Irlandeses. Por isso, se você entrar em um Irish Pub fora da Irlanda, vai se sentir como se estivesse em um dos famosos Pubs de Dublin.
Quando eu disse a pouco que sempre nos surpreendemos quando entramos em um desses bares, é porque há uma grande diferença de atitude e comportamento em relação aos nossos bares no Brasil.

Primeiro a forma como as pessoas têm acesso a esses bares é algo impensável em nossos barzinhos. O acesso é inteiramente gratuito com shows ou sem shows. Você entra, senta e consome se quiser. Se preferir ficar só curtindo a música, o ambiente e bater um papo, está tudo bem, você não será cobrado por isso. Não há, nesses bares, a famosa e ridícula taxa de consumação, infelizmente tão comum no Brasil. Ah, nesses Pubs por aqui não há seguranças na porta analisando a sua roupa para verificar se você está vestido adequadamente para entrar. Aqui o conceito de informalidade é levado a sério, as pessoas se vestem da forma que melhor as agradem. Não há, portanto, a necessidade de ficar a tarde inteira de sábado no salão de beleza para a noite tomar uma cerveja. E posso garantir que essa informalidade não prejudica a beleza do ambiente, de forma alguma.

Bastante característico também são os locais onde você encontra os melhores Pubs, pelo menos nas cidades onde estivemos. Geralmente estão localizados nos centros históricos das cidades, onde as ruas são muito estreitas quase não permitindo o acesso aos carros. Aliás carros é o que você não vai ver nessas ruas, principalmente na Temple Bar em Dublin. Portanto, aí vem outra grande vantagem, você não precisa se dar ao trabalho de passar zilhões de vezes com seu carro e som ligado em frente ao bar antes de estacionar, ninguém aqui sabe como você chegou, se veio de carro, de bicicleta ou a pé, isso não tem importância.

Seja em Lisboa, Madrid, Vigo, Barcelona ou na "Meca dos Pubs" Dublin, dos antigos aos mais modernos, você vai encontrar os Pubs com a sua decoração original. São lugares democráticos e ponto de encontro dos jovens e dos mais velhos. Ah, e aquele cheiro de cigarro depois do barzinho, sabe? Na Irlanda é proibido fumar nos Pubs, a multa para a infração pode chegar até 3.000 euros. As pessoas frenquentam esses lugares para se divertirem não para se mostrarem. Gostei daqui!

Um grande abraço.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Dublin






Hello my friends!

Acabamos de retornar de Dublin (capital da República da Irlanda), mais uma viagem incrível. Voamos sábado para Dublin, um vôo tranquilo com duração de mais ou menos 2 horas. Tivemos apenas uma surpresa, pois eu não sabia que a Irlanda não faz parte do acordo de Schengen, uma convenção entre países europeus que permite uma livre circulação de pessoas no espaço geográfico da Europa. Sendo assim, tivemos que passar, antes do embarque, pelo controle de passaporte tanto em Portugal quanto na chegada a Irlanda. Como temos título de residência em Portugal não tivemos qualquer problema.
A previsão do tempo era das piores, no entanto, chegamos em Dublin com tempo parcialmente nublado e com tendência a abertura de sol, isso é claro, nos deixou mais motivados. Pegamos um ônibus para o centro da cidade, aliás ônibus especiais que fazem a rota entre o aeroporto e vários pontos no centro da cidade de Dublin (http://www.aircoach.ie). Descemos muito próximo ao nosso hotel que está localizado bem no centro da cidade (http://www.hoteldublinciti.com), o que facilitou muito o acesso a todos os pontos turísticos da cidade de Dublin.
Por falar em pontos turísticos, não posso deixar de mencionar o Trinity College, que fomos conhecer logo que chegamos, a St Patrick's Cathedral, a Christ Church, o Dublin Castle, o parque de St Stephens Green, as margens do Rio Liffey, as ruas movimentadas e lindas de Ó'Connell Street, Grafton Street, Mary Street e Henry Street. Aliás, na Mary Street e Henry Street encontramos ótimas opções de compras com preços muito convidativos. Passear por esses lugares, apreciar as paisagens, sentir o friozinho gostoso do outono europeu em Dublin, foi uma experiência indescritível. Só faltou mesmo uma trilha sonora by U2.

Mas Dublin tem um outro lugar obrigatório para quem aprecia uma das mais famosas e conhecidas cervejas no mundo, a famosa GUINNESS. A Guinness Storehouse (http://www.guinness-storehouse.com/Index.aspx) a conhecida fábrica da Guinness onde é possível, através dos seus sete andares, conhecer, de forma detalhada, o processo de fabricação dessa maravilhosa cerveja. Você pode comprar o ticket no próprio site da Guinness Storehouse por um preço mais em conta e ainda evitar as filas. Aproveite para ter uma aula sobre a famosa Guinness e depois no sétimo andar, no Gravity Bar, se deliciar com a sua Guinness apreciando uma paisagem privilegiada da cidade de Dublin.

Mas Dublin não é só os pontos turísticos que já mencionei e a fábrica da Guinness. Quem vai a essa cidade cosmopolita não pode deixar de ir a famosa Temple Bar, uma área onde estão localizados os pubs mais famosos de Dublin. E aí que você pode conhecer a tradicional comida e bebida irlandesa em bares com mais de 160 anos. Pura emoção entrar em um desses bares, escutar música irlandesa típica e curtir mais uma vez a sua Guinness. É uma babel de idiomas, pessoas de todo o lugar passam pelas ruas da Temple Bar. A tradicional decoração dos pubs de Dublin chama a atenção, desde as mesas e bancos até as fotos e ilustrações que enfeitam as paredes rústicas desses bares. Se for a Dublin vá a Temple Bar!

Mais uma vez, a tarefa de descrever em poucas palavras uma cidade como essa é impossível. As pessoas são gentis, hospitaleiras e a cidade preserva o seu idioma tradicional gaélico. Todas as placas estão em Inglês e Gaélico. O que, na minha opinião, empresta uma particularidade a mais a essa cidade tão maravilhosa. O clima? Bem, é uma loucura, chuva e sol várias vezes durante o mesmo dia. Assim é Dublin, envolvente, apaixonante e maravilhosa.

Um forte abraço.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Um grande susto


Saudações meu amigos!

Ontem tivemos um dia totalmente atípico. Eu e a Kenia levamos um grande susto. Por volta das 11h30 recebi uma ligação da Kenia dizendo que a escola do Lucas havia ligado dizendo que o tinham levado para a emergência pediátrica do Hospital São João. A Faculdade de Engenharia, onde eu estava, fica mesmo ao lado do hospital. Como não tínhamos muitas informações a respeito do que realmente havia ocorrido saí as pressas em direção a pediatria. Nossos amigos do restaurante ao lado do nosso apartamento levariam a Kenia ao hospital. Depois de algumas informações consegui localizar o Lucas. A primeira impressão que tive, quando o vi, me fez gelar o sangue. Ele estava deitado em uma maca, com um dos braços todo enfaixado com uma tala, a cabeça e o pescoço protegidos e imobilizados, efim, pensei no pior. Uma funcionária da escola o acompanhava junto com dois enfermeiros. Prontamente fui tranquilizado quando vi que ele estava consciente e os enfermeiros me explicaram que a imobilização era apenas um procedimento padrão e que ele estava bem. Logo depois a Kenia chegou, naturalmente muito nervosa, e um tempo depois, consegui acalmá-la.

Em resumo, passamos o dia no hospital fazendo exames, radiografias e todos os procedimentos necessários. Depois de todos os resultados ficamos, aí sim, bem mais tranquilos. O saldo foi um braço quebrado, algumas escoriações e muitas dores pelo corpo. Voltamos para casa por volta das 19h.

O que aconteceu? Um jogo de futebol com os amigos da escola e a bola cai em um lugar de difícil acesso. O Lucas e alguns colegas se aventuram para conseguir buscá-la. O Lucas sobe em uma grade, sobre um muro da escola, perde o equilíbrio escorrega e cai para o outro lado, ou seja, fora da escola em uma rua lateral. Pânico geral, pois ele ficou incosciente, a ambulância chega logo depois e o leva para o hospital. Hoje estive na escola para conversar com os funcionários e o diretor e fui olhar onde ele caiu. Até para confirmar a informação dada pela funcionária da escola, no hospital, sobre a altura da queda. Fiquei realmente impressionado, a altura de onde ele caiu realmente era cerca de 5 metros. Como me disse um dos médicos que nos atenderam "o miúdo teve muita sorte".

Bem, agora estamos todos bem, eu e a Kenia aliviados e o Lucas ficou "famoso" na escola. A vida continua.

Abraços.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Trabalho


Saudações!

O tempo tem passado muito rápido por aqui. Temos a impressão de que os dias são mais curtos do que no Brasil...tolice é claro, mas o fuso horário tem contribuído para essa falsa impressão. Afinal de contas são 4 horas de diferença! Então quando todos estão acordando aí no Brasil já estamos quase almoçando aqui em Portugal. Apesar de que a partir do final de outubro o horário de verão português acaba e logo começa o horário de verão brasileiro, sendo assim, a diferença vai cair para apenas 2 horas.

É, mas o trabalho também tem feito o tempo passar depressa. Depois de alguns meses a rotina de estudos ficou mais específica e mais intensa também. Os objetivos estão bem mais claros, pois as reuniões, conversas com outros pesquisadores e os estudos mais aprofundados acabam por esclarecer pontos que ainda permaneciam obscuros. O ambiente de trabalho por aqui não podia estar melhor, bons recursos e ótima estrutura. O dia-a-dia no laboratório tem sido muito prazeroso, as reuniões com os pesquisadores muito elucidativas e o esforço tem valido a pena. Tenho trabalhado com algumas ferramentas e linguagens bastante interessantes, sem contar a abordagem computacional que eu apenas conhecia superficialmente.

Já há algum tempo tenho estudado e trabalhado com o intuito de formar um base sólida na área de bioinformática, isso remonta aos meus estudos durante o doutorado, no entanto aqui, tenho percebido que realmente essa área tem se tornado, se não imprescindível, extremamente importante. E fica evidente que não há como se aventurar nessa área sem básicos conhecimentos de outras áreas, principalmente biologia molecular e química. Há muita pesquisa sendo feita nessa área, como já há também muitos trabalhos disponíveis. Acredito que todas as universidades brasileiras deveriam ter um ou mais grupos de pesquisa trabalhando nessa área. Essa iniciativa não deve ser encarada apenas como uma extensão da pesquisa que já vem sendo feita em outros grupos, mas ela deve ter um caráter estratégico, pois não consigo enxergar um futuro sem a união das ciências da vida com a informática.

Um forte abraço e até a próxima.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Alheiras


Saudações portuenses!

As temperaturas por aqui resolveram baixar nos últimos dias. O outono chegou e trouxe aquele friozinho gostoso, principalmente pelas manhãs e a noite. O clima está muito agradável e a cidade já tem aquele ar aconchegante típico da estação. Como há várias praças arborizadas, a chegada do outono torna-se evidente, pois as ruas já estão cobertas de folhas.

E sabe como é... não há como deixar de associar o clima frio a boa mesa. E sendo assim, não posso deixar de "compartilhar" com vocês um prato tipicamente português que tivemos o prazer de degustar. Aliás, depois de prová-lo foi impossível não repetir várias vezes. Estou a falar das famosas ALHEIRAS. Um embutido típico da culinária portuguesa feita com carne de porco, carne de aves, pão, azeite, alho e outras especiarias. Também podem ser feitas com carne de caça, as conhecidas alheiras de caça. É realmente uma delícia!

A alheira além de todo o seu sabor também tem uma origem histórica muito interessante. Esse embutido terá sido criado pelos cristãos novos (nome que se dava a um judeu convertido ao cristianismo). Mas alguns desses judeus convertidos ainda matinham em segredo a sua tradição e, segundo essa tradição, não é permitido o consumo de carne de porco. No entanto, eles queriam demonstrar a suposta conversão ao cristianismo e, então, inventaram um chouriço e substituíram discretamente a carne de porco por carnes de vitela, coelho, galinha ou peru. A alheira, dessa forma, lhes proporcionava uma certa segurança já que, supostamente estariam comendo carne de porco.

A alheira é originaria da região norte de Portugal (Tras-os-Montes) e pode ser consumida grelhada, assada ou frita com alguns acompanhamentos como batatas, couve, ovos e salada. É difícil encontrar um restaurante por aqui que não sirva alheiras. A mais famosa é oriunda de Mirandela, na região de Tras-os-Montes, considerada de melhor qualidade.

E para acompanhar essa divina iguaria portuguesa nada melhor do que um bom vinho. E aqui vai uma dica, há ótimos vinhos produzidos nas regiões do Alentejo, Dão e Douro. É só escolher o que melhor agrada ao paladar e bom apetite.

Até a próxima e um forte abraço.